quarta-feira, 5 de junho de 2013

5 ações que estão perdendo o posto de "queridinhas do mercado" em 2013


Empresas que já foram "queridinhas" dos investidores começam a mostrar sinais de cansaço na bolsa. A lista soma 5 ações - 4 do setor de consumo e 1 de saneamento básico - que não apresentam um bom desempenho no ano depois de um período de grande fartura nos anos anteriores.
Em comum, o resultado da maioria delas não agradou no primeiro trimestre de 2013, deixando margens para dúvidas quanto à continuidade de uma história de sucesso este ano. 
Após atingirem suas máximas históricas, entre o final do ano passado e início deste ano, os papéis dessas empresas vêm operando no vermelho na BM&FBovespa, com queda superior a 8%.
Confira a movimentação das 5 ações:
EmpresaAçãoMáxima históricaDataDesempenho
pós-máxima*
AmbevAMBV4R$ 93,1931/01/2013-12,06%
Souza Cruz CRUZ3R$ 32,5930/01/2013-10,80%
HeringHGTX3 R$ 46,9830/11/2012-18,07%
Natura NATU3 R$ 59,8004/01/2013-15,18%
SabespSBSP3R$ 31,5410/04/2013-14,77%
*Em relação ao fechamento da última sexta-feira (31)
Ambev e Souza Cruz: resultados não agradamA Ambev (AMBV4 ) é uma delas, que após atingir sua máxima histórica no fim de janeiro, caiu mais de 12%. De 2010 até o fim de 2012, entretanto, as ações acumulavam valorização na faixa de 180%. 
O fraco resultado da empresa nos primeiros três meses deste ano não ajudou no desempenho das ações, combinado com o crescimento mais lento do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e da pressão nos custos por hectolitro no Brasil. Isso levou a Citi Corretora a cortar neste mês a recomendação das ações da empresa, de compra para neutra. 
Também no setor de consumo, as ações da Souza Cruz (CRUZ3 ) caminham a passos lentos depois de mostrarem uma longa trajetória de fortes ganhos na bolsa. No dia 30 de janeiro, os papéis da companhia atingiram seu patamar histórico mais alto, a R$ 32,59, porém de lá para cá só vêm ziguezagueando na Bovespa. Do início do ano até agora, os papéis acumulam desvalorização de 0,45%. 
O resultado do primeiro trimestre de 2013 deixou os analistas mais céticos quanto à manutenção do crescimento da empresa. No balanço, chamou atenção, principalmente, a queda de 23,4% no volume de vendas de cigarros, para 14,1 bilhões de unidades, mostrando que a venda de cigarro no mercado paralelo continua pressionando a participação de mercado da empresa.
A equipe de análise do Itaú BBA sinalizou que será preciso acompanhar os próximos resultados para avaliar até que ponto os consumidores vão tolerar os seguidos aumentos dos preços implementados pela companhia. Já o Bank of America Merrill Lynch reduziu o preço-alvo das ações ao fim do ano para R$ 34 e manteve recomendação neutra. 
Natura sofre com temor da competição acirradaAs ações da Natura (NATU3 ) também alcançaram a máxima histórica no início do ano, em 4 de janeiro, quando fecharam a R$ 59,80. E após atingirem este ponto, os papéis acumulam queda de mais de 10%. 
Em relatório, o Credit Suisse disse que procurou exaustivamente por sinais de notícias positivas no balanço do primeiro trimestre, mas não os encontrou. "Nós confessamos que não esperávamos números tão pobres", escreve a equipe de analistas do banco, em relatório.
Para os analistas Guilherme Assis e Ruben Couto, da Brasil Plural, falta agressividade e competitividade à companhia, enquanto o cenário se torna cada vez mais desafiador em meio à competição mais forte de nomes como Unilever, O Boticário e Avon, está última procurando reconstituir seu modelo de negócios.
Com isso, a corretora reduziu este mês sua recomendação para as ações da companhia, de overweight (desempenho acima da média) para equal weight (desempenho em linha com a média), assim como o preço-alvo, que passou de R$ 60,00 para R$ 51,00. 
Hering: mercado segue desconfiado sobre sustentação dos númerosOs papéis da Hering também sofrem depois de terem batido a máxima histórica, em 30 de novembro de 2012, quando alcançaram cotação de R$ 47,57. De lá para cá, as ações acumulam queda de quase 9%. 
A descrença do mercado com os números da empresa era uma das razões para que a companhia viesse perdendo seu posto de top pick do setor. O resultado do primeiro trimestre, contudo, veio melhor, nem tanto pelos dados apresentados mas, principalmente, por uma percepção de que daqui para frente a varejista iria reportar números mais robustos. 
Isso ajudou a impulsionar os papéis, que sobem desde a divulgação do resultado, em 22 de abril, até agora mais de 15%. Entretanto, a valorização ainda não conseguiu resgatar o patamar do fim do ano passado. Parte disso deve-se a desconfiança que uma parcela do mercado ainda carrega em relação a perspectiva para os próximos balanços.
Ou seja, o posto de "queridinha" da bolsa que a companhia sustentava em 2012 ainda não foi completamente retomado: Bank of America Merrill Lynch, Brasil Plural e Banco Fator Corretora mantêm recomendação neutra para as ações da empresa.
Sabesp: revisão tarifária exige cautelaPara completar o quinteto, as ações da Sabesp (SBSP3 ), uma das "campeãs" do Ibovespa em 2012, brecaram após bater na máxima histórica, em 10 de abril, quando fecharam em R$ 31,54. Depois disso, os papéis acumulam perdas de mais de 10%.
Segundo o Safra, com revisão tarifária, comprar Sabesp agora exige cautela. Uma das questões que trazem temor é uma possível mudança na base de ativos na revisão de agosto, disseram os analistas Sérgio Tamashiro e Thiago Auzier, da corretora. Essa será a nova batalha da empresa.
De acordo com eles, o estágio final da revisão tarifária, programada para agosto, visando confirmar ou alterar os atuais números anunciados da Arsesp, deve criar uma nova rodada de especulação e ansiedade no mercado. Isso gera uma visão mais conservadora com o desempenho das ações no curto prazo, mesmo com os analistas tendo uma recomendação outperform para as ações.
Além disso, nesta sexta-feira (31), o JPMorgan Chase publicou um relatório no qual aponta que a empresa será a mais mais prejudicada dentre as "utilities" (empresas de consumo básico, como energia e saneamento) com a disparada do dólar, tendo em vista a exposição da sua dívida à moeda norte-americana.



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